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Pesquisadores encontram 'superanticorpos' contra Covid-19 em escritor americano



Quando, em abril do ano passado, um amigo com quem divide apartamento foi diagnosticado com Covid-19, o escritor americano John Hollis, de 54 anos, achou que ficaria doente. No entanto, Hollis não apenas não desenvolveu a doença, como descobriu possuir um superanticorpo que o impede de ser infectado, inclusive pelas mutações do novo coronavírus.
A descoberta nĂŁo veio sem sustos. Segundo relatou Ă  TV americana NBC, o escritor chegou a deixar uma carta para o filho adolescente “caso as coisas desmoronassem muito rápido”. Com exceção de alguns problemas de sinusite - que, segundo declarou ao jornal da Universidade de VirgĂ­nia, atribuiu a alergias - ele nunca ficou doente.

Em julho, Hollis estava na Universidade George Mason, onde trabalha no setor de comunicação, quando comentou com o professor Lance Liotta, um mĂ©dico e bioengenheiro da instituição, sobre o que tinha vivido meses antes. Liotta entĂŁo o convidou para participar de um estudo sobre a doença, e o resultado foi impressionante. O resultado do teste mostrou que Hollis nĂŁo sĂł havia sido infectado pelo vĂ­rus, como havia desenvolvido superanticorpos contra a doença. “Meu queixo bateu no chĂŁo”, disse Hollis. “Tive que fazer (Liotta) repetir o que ele me disse pelo menos cinco vezes”, contou Ă  NBC.

Em entrevista à BBC, o médico responsável pelo estudo explicou os anticorpos desenvolvidos por Hollis atacam diversas partes do vírus ao mesmo tempo e o eliminam rapidamente. Na maioria das pessoas, porém, os anticorpos que se desenvolvem para combater o vírus atacam as proteínas das espículas do coronavírus para que ele não infecte as células. O problema é que, em uma pessoa que entra em contato com o vírus pela primeira vez, demora certo tempo até que o corpo consiga produzir esses anticorpos específicos, o que permite que o vírus se espalhe.

Ainda de acordo com Liotta, mesmo se diluĂ­dos em 1 para mil, seriam capazes de matar 99% dos vĂ­rus ativos. “NĂłs coletamos o sangue de Hollis em diferentes momentos e agora Ă© uma mina de ouro para estudarmos diferentes formas de atacar o vĂ­rus”, afirmou.

“A coisa toda foi surreal”, disse Hollis ao jornal da Universidade de VirgĂ­nia - onde frequentou a faculdade. “Fui escritor durante toda a minha vida e nĂŁo poderia inventar essas coisas se quisesse”, finalizou.

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