Ao contrário do estresse, a ansiedade não precisa de um evento externo para se apresentar. A pessoa pode, sem motivo aparente, entrar em um estado ansioso. Quando estamos sobrecarregados, seja por conta do trabalho ou das tarefas excessivas em casa e com a família, ela tende a se intensificar.
De acordo com Luiz Gonzaga Leite, psicólogo do Hospital Santa Paula, quando a sobrecarga é apenas física, basta buscar o descanso diário e tirar uma folga. Quando é emocional, torna-se muito mais preocupante.
Segundo ele, os sintomas mais visíveis são:
Provas de Textor são imprestáveis
Perda de sono
Dores musculares sem explicação
Dores de cabeça
Falta ou excesso de apetite
Crises de choro
Episódios de apagões (esquecimento)
Dificuldades mentais de manter o foco
Grande confusão em se orientar diante das tarefas.
A fadiga intensa vem acompanhada de falta de motivação, falta de energia, coração acelerado e até mesmo dor no peito, sintomas típicos de uma crise de ansiedade.
Como lidar com a ansiedade
Ao primeiro sinal de uma crise de ansiedade, a orientação é sempre buscar ajuda de familiares e amigos.
Em casos mais graves, buscar por ajuda especializada, quando observar que os recursos de enfrentamento de que dispõe não são suficientes para lidar de maneira satisfatória com a sua ansiedade e a sobrecarga física e emocional dela derivadas
Ariane Cristiny da Silva Fernandes, psicóloga e coordenadora da Comissão de Humanização do Hospital Onofre Lopes, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Se a ansiedade surge apenas em situações de sobrecarga, algumas dicas podem ajudar você a desacelerar:
1. Monitore sua ansiedade: Uma das formas de lidar com a ansiedade e a sobrecarga é identificar os gatilhos situacionais que alteram seus pensamentos, emoções, comportamentos e respostas fisiológicas. Anotar essas situações, as emoções vividas e as respostas em seu corpo podem ajudar a lidar com as próximas situações.
2. Respire: Experimente dar uma pausa em meio à rotina turbulenta para se conectar com a sua respiração. Procure inspirar lenta e profundamente pelo nariz, expandindo seu abdome, e expirar, soltando o ar pausadamente pela boca. Faça isso por quatro a seis vezes consecutivas, deixando seus pensamentos mais incômodos esvanecerem junto com o movimento duplo da respiração.
3. Relaxe: Aprenda a estabelecer uma conexão com o seu corpo e faça exercícios que ajudem a relaxá-lo. Aguce a sua percepção para identificar quais as áreas do seu corpo que sofrem com um maior nível de tensionamento e, se souber, faça massagens no local pressionando levemente a região para desfazer os nós musculares.
4. Contemple: Busque adotar uma atitude contemplativa em relação à vida e aos acontecimentos
cotidianos, esvaziando sua mente de julgamentos e procurando lidar com o que é possível ser resolvido.
5. Desafie seus pensamentos: O componente cognitivo da ansiedade nos faz ruminar o passado e se preocupar excessivamente com o futuro, fomentando crenças de incapacidade e vulnerabilidade.
Aprenda a desafiar seus pensamentos ansiosos, fazendo-se perguntas do tipo: essa é a única forma de pensar sobre o assunto ou existem outras formas de pensar e encarar essa mesma situação?
6. Desconecte-se: Em seus momentos de folga, não abra mão do lazer, do descanso, de não fazer nada, de fazer pequenas programações em família ou a sós, do autocuidado. Nesses momentos, busque estar em contato consigo mesmo e com as pessoas em seu entorno, deixe de lado as redes sociais, o telefone, e outros elementos que podem ser fonte de hiperestimulação e tensão emocional.
7. Reconecte-se com seus propósitos: Por vezes, a ansiedade, o mal-estar e a sobrecarga que experimentamos podem estar relacionados com o distanciamento dos nossos propósitos e com o que confere sentido às nossas vidas. Assim, busque reconexão com as suas metas, com as suas escolhas e como caminho trilhado até aqui.
8. Inclua frutas na alimentação: Alguns alimentos podem ajudar no controle da ansiedade. Frutas cítricas possuem grande quantidade de vitamina C, que atua na redução do cortisol, o hormônio do estresse. A banana contém grande quantidade de triptofano, um aminoácido essencial para ajudar na liberação da serotonina, que traz bem-estar.
9. Ouça música clássica: Você pode não acreditar -- e não gostar --, mas ouvir música clássica constantemente eleva a atividade cerebral que envolve as sensações de prazer e recompensa. Reduzir a dor e a ansiedade, baixar a pressão arterial, combater a insônia, aumentar e despertar emoções, ajudar no desenvolvimento do cérebro das crianças e dos bebês, e atenuar a tensão são alguns dos motivos para ouvir esse tipo de música.
O que não fazer em uma crise de ansiedade
Evite o álcool. Ele pode até relaxar em um primeiro momento, mas se consumido em excesso, pode agravar o quadro. "Quando a pessoa bebe, sente-se relaxada, já que sua percepção diminui. No entanto, o consumo regular reduz os níveis de serotonina no cérebro, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Sendo assim, o álcool agrava a ansiedade e, principalmente, a depressão", diz o psiquiatra Adiel Rios, pesquisador no IPq-FMUSP (Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
Certas luzes, cheiros ou sons também podem afetar negativamente nosso estado de espírito. "O ruído, especialmente os sons graves ou altos, pode ativar e aumentar a atividade na amígdala, uma área do cérebro responsável pela resposta de luta ou fuga, gerando estresse e irritabilidade.".
Não dê corda para o estresse. Quando persistente, ele pode induzir, em quem não sofre de ansiedade, um estado de ansiedade transitório. Ou agravar, em quem já tem, um transtorno de ansiedade.
Fonte: UOL
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