Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista ao jornal estadunidense The Wall Street Journal que poderá voltar ao Brasil em março e admitiu o risco de ser preso: "uma ordem de prisão pode surgir do nada", afirmou, lembrando da prisão preventiva o ex-usurpador da Presidência da República, Michel Temer, no âmbito da Lava Jato em 2019. Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e de duas ações penais, nas quais é réu. Na semana passada, Bolsonaro teve sete pedidos de investigação contra si remetidos à primeira instância pela ministra do STF Cármen Lúcia. Fora da Presidência da República, ele perde a prerrogativa de foro. O ex-ocupante do Palácio do Planalto é também investigado por incitar os atentados terroristas promovidos por seus apoiadores em Brasília no dia 8 de janeiro. Ao The Wall Street Journal ele se defendeu: "eu nem estava lá, e eles querem me culpar!". Bolsonaro também negou que os atos daquele dia tenham sido uma tentativa de golpe de estado. "Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”.
Derrotado nas urnas pelo presidente Lula (PT) - eleito com 60.345.999 de votos -, Bolsonaro voltou a lançar dúvidas sobre as eleições: "não estou dizendo que houve fraude, mas o processo foi tendencioso". O ex-ocupante do Planalto disse que não sabe se voltará a disputar a Presidência, afirmando que o trabalho à frente do Executivo federal foi "muito mais difícil" do que imaginava. Por outro lado, ele afirmou que voltará ao Brasil como “o líder nacional da direita", já que "não há mais ninguém no momento”. Para ele, "o movimento de direita não está morto e continuará vivo". De volta ao país, ele pretende atuar junto a parlamentares aliados no Congresso Nacional para avançar com pautas caras ao conservadorismo e ao bolsonarismo. Além disso, Bolsonaro planeja ser cabo eleitoral de nomes da extrema direita nas eleições municipais de 2024.
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