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Acolhido em Garanhuns (PE), Lula conclama povo a reconstruir o Brasil





Festa na terra natal: Lula é saudado por uma multidão na cidade gêmea de Caetés, nesta quarta-feira (20)
Acolhidos carinhosamente por uma multidĂŁo, o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alkcmin participaram de ato pĂşblico na cidade de Garanhuns (PE), cidade gĂŞmea de CaetĂ©s, terra natal do petista, na tarde desta quarta-feira, ao lado de lideranças locais e nacionais da frente Vamos Juntos pelo Brasil. Em discurso emocionado, Lula convidou a população nordestina a fazer uma reflexĂŁo sobre que paĂ­s quer construir para o futuro. E conclamou a população a fazer parte de um projeto de transformação nacional. “Esse paĂ­s precisa de vocĂŞs”, disse Lula.

“Todo ser humano, mulher ou homem, tem que ter uma causa”, discursou Lula. “Eu sou um sonhador. Quando eu ganhei a PresidĂŞncia, eu queria provar que era possĂ­vel tornar o nosso sonho realidade”, lembrou. “A primeira decisĂŁo foi nĂŁo esquecer de que lado eu estava e quem eu representava quando cheguei Ă  PresidĂŞncia”.

“Eu pensei, o que eu quero para o Brasil?”, indagou. “Quero um paĂ­s soberano, que tome conta das suas fronteiras terrestres, marĂ­timas, da área espacial. Que cuide das suas riquezas minerais, as que estĂŁo no solo e subsolo, na água e no fundo, como o prĂ©-sal, encontrado a quase 7 mil metros de profundidade”, explicou.

Lula, Alckmin, Danilo Cabral,, Luciana Santos, Tereza LeitĂŁo e Silvio Costa. Foto: Ricardo Stuckert
Cidadania e soberania

Lula contou que o seu plano envolvia o trabalho dos militares para cuidar dessas áreas. “NĂŁo um militar mentiroso como o Pazuello, mas de brasileiros nacionalistas que sabem que nĂŁo há soberania se o povo nĂŁo tiver emprego, comida, educação, cidadania”.

“É sĂł isso. A gente quer trabalhar, ganhar um salário bom, ter uma casinha, casar e construir famĂ­lia, viver com o parceiro ou parceira que quiser, nĂŁo ter vergonha de ser o que a gente Ă©, ter um carrinho, um bom computador”, argumentou Lula. “Qual Ă© o pecado que estou fazendo ao querer isso? Está na nossa Constituição”, observou.

“Como Ă© que uma pessoa pode comer 10 pĂŁes por dia e a outra passa dez dias sem comer um pĂŁo?”, perguntou Lula. “Como Ă© que em um paĂ­s que Ă© o maior produtor de proteĂ­na animal do mundo as pessoas vĂŁo ao açougue pegar osso, carcaça de frango, para comer?”

“Quero que vocĂŞs voltem para casa pensando que esse Brasil que querem para vocĂŞs e suas famĂ­lias Ă© um Brasil que a gente pode construir, e nĂłs já construĂ­mos”, anunciou o ex-presidente elencando as conquistas sociais de seus governos, como a geração de 22 milhões de empregos, o fim da misĂ©ria com a retirada de 36 milhões da extrema pobreza e a realização do sonho da casa prĂłpria para milhões de famĂ­lias com o Minha Casa, Minha Vida.
Preconceito contra o Nordeste

Lula afirmou que o preconceito da elite contra o Nordeste o motivou a olhar a para a região e citou o desenvolvimento de Pernambuco como um êxito do trabalho nas suas gestões.

“Voltaremos a fazer o Minha Casa, Minha Vida, mas cada um vai poder pintar da cor que quiser”, declarou em referĂŞncia ao desmilinguido programa do desgoverno Bolsonaro. “Esse paĂ­s nĂŁo Ă© de um cor sĂł, Ă© multicolorido”, festejou Lula.

“Esse paĂ­s vai voltar a crescer, o BNDES vai voltar a financiar emprego e desenvolvimento, com o Banco do Brasil, a Caixa EconĂ´mica vai financiar habitação e saneamento básico, vamos recuperar o BNB (Banco do Nordeste) e o Base (Banco da AmzĂ´nia), a Petrobras terá preços abrasileirados”, assegurou.
Lula condena ataques Ă  democracia

O lĂ­der condenou os mais recentes ataques golpistas de Bolsonaro Ă  democracia, desferidos em um encontro com embaixadores nesta semana. “Ele quer criar caso, desconfiando da urna mas, no fundo, o que ele nĂŁo quer Ă© que o povo trabalhador desse paĂ­s vote”, sentenciou Lula.

Lula chamou a atenção para o desespero de Bolsonaro, que resolveu aumentar benefĂ­cios sociais mas tudo com data para acabar, logo apĂłs as eleições. “Ele resolveu criar programa de trĂŞs meses, atĂ© dezembro, resolver dar dinheiro para taxista, para motorista, aumentou para R$ 600 [o AuxĂ­lio Brasil]. NĂŁo fiquem se fazendo de bobo’’, aconselhou.

“Esse paĂ­s vai ser construĂ­do a partir de vocĂŞs. NĂŁo pensem que o que vai garantir Ă© discurso. NĂŁo. O que vai garantir Ă© o que está na cabeça de vocĂŞs. NĂŁo aceitem fake news, nĂŁo aceitem mentiras”, pediu Lula, enfatizando a rede bolsonarista que dissemina noticias falsas por aplicativos.

Antes do discurso de Lula, lideranças indígenas entregaram um documento com sugestões ao programa do movimento Juntos pelo Brasil para a área indígena.
Visita histĂłrica

O prĂ©-candidato a vice-presidente pelo movimento Juntos pelo Brasil Geraldo Alckmin classificou a visita de Lula a Garanhuns como histĂłrica e emocionante. “Para voltar o emprego, Pernambuco crescia 7% ao ano, terra do desenvolvimento, volta Lula!”, bradou. Alckmin enumerou diversas conquistas de quando Lula foi presidente, como o aumento real do salário mĂ­nimo de 74%, os institutos federais de educação e universidades. “Hoje tem perda, inflação, fome. Contra tudo isso, volta Lula!”

Alckmin agradeceu a Garanhuns por ter dado ao Brasil um estadista, “que nĂŁo Ă© fruto nem da herança polĂ­tica, nem da fortuna pessoal, mas da luta do povo”. O prĂ©-candidato afirmou que Lula conhece o sofrimento da população mais vulnerável e, por isso, fará um governo voltado para os interesses dos brasileiros.
Bolsonaro, vergonha internacional

O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), coordenador da campanha de Lula e líder da oposição comparou os tempos em que Lula foi presidente ao atual fiasco social, econômico e diplomático protagonizado por Bolsonaro.

“Eu sou de um tempo em que se ligava a televisĂŁo e o presidente do Brasil, que se chamava Luiz Inácio Lula da Silva, era reverenciado pelo presidente dos EUA”, lembrou. “Agora esse canalha, sem-vergonha, reĂşne embaixadores para fazer o Brasil passar vergonha internacionalmente”, atacou Randolfe.

“Ele fica falando de urna eletrĂ´nica, o medo dele Ă© do povo brasileiro, reunido nas ruas”, apontou o senador. Daqui, Lula saiu para construir uma das histĂłrias mais lindas desse paĂ­s. A histĂłria que o filho de Garanhuns construiu mostra que o povo brasileiro pode e deve vencer”, ressaltou.
Simbolismo

Márcio Macedo, vice-presidente Nacional do PT, agradeceu, em nome do partido, o apoio e o carinho do povo pernambucano. “Hoje, essa visita a CaetĂ©s, a rĂ©plica da casa de dona Lindu e do presidente Lula, tem um simbolismo muito grande: Ă© o maior lĂ­der popular desse paĂ­s, presidente que olhou para todos os brasileiros, e revisita sua cidade, se encontra com suas origens, de onde ele nunca se apartou”, disse Macedo.

“Esse Ă© o movimento da civilização contra a barbárie, da vida contra o sofrimento”, arrematou o petista.
Calor e emoção

O senador Humberto Costa (PT-PE) considerou que Pernambuco recebe Lula com calor e emoção. “Há algumas dĂ©cadas o senhor saiu daqui, com sua mĂŁe e irmĂŁos, para escapar da tragĂ©dia da fome e da misĂ©ria. E construiu uma trajetĂłria que o levou a ser presidente da RepĂşblica. Como presidente, 36 milhões de brasileiros, que padeciam, como a sua famĂ­lia padecia, pela pobreza, pela misĂ©ria, tiveram, pela primeira vez, a possibilidade de ter uma vida digna”, assinalou Costa.

Costa citou as conquistas de Garanhuns, como o Instituto Federal de Educação, mais de duas mil casas populares, Samu, Farmácia Popular, Brasil Sorridente e mais de 10 mil empregos com carteira assinada, entre outros projetos de infraestrutura. “O senhor mudou a realidade desse paĂ­s”, destacou.

“Enquanto isso, esse monstro que governa o Brasil sĂł trouxe desemprego, fome, misĂ©ria, carestia, desrespeito, como o que ele teve ao longo do enfrentamento Ă  pandemia, em que estávamos lá, eu e Randolfe, denunciando os crimes cometidos por Bolsonaro”, elencou o senador. “Mas, presidente, Pernambuco acredita que vai avançar mais uma vez”, concluiu Costa.
Intolerância

“O Brasil, infelizmente, foi contaminado por esse presidente atual, com muito Ăłdio, muito rancor, medo e intolerância”, lamentou o governador Paulo Câmara (PSB), durante o evento.

“Mas Pernambuco e o Brasil vĂŁo saber dar a resposta para voltarem a ser feliz, para termos condições de avançar por um Brasil que a gente quer. Um Brasil sem medo da unidade, onde as pessoas mais pobres possam ter acesso Ă s polĂ­ticas pĂşblicas de qualidade”, festejou Câmara.
Respeito mundial

Danilo Cabral, prĂ©-candidato ao governo de Pernambuco (PSB) apontou que Lula hoje Ă© o brasileiro mais respeitado no mundo. “Quando ele fala, Ă© escutado”, atestou Cabral.

O prĂ©-candidato afirmou que Ă© hora de lutar pela democracia. “NĂŁo existe democracia quando a gente tem 40 milhões de pessoas que nĂŁo sabem que horas vĂŁo comer, quando muitos mulheres sĂŁo vĂ­timas pela condição de serem mulheres, quando 20, 30 milhões de brasileiros nĂŁo tĂŞm um emprego para sobreviver com dignidade, quando os povos indĂ­genas nĂŁo sĂŁo respeitados”, observou. Precisamos restabelecer o Brasil aos brasileiros”, clamou Cabral.

“Eleição das nossas vidas”

A prĂ©-candidata ao Senado pelo PT, Teresa LeitĂŁo enfatizou a importância da luta popular nas eleições desde ano, que ela a considera as mais importantes da histĂłria. “Esta Ă© a eleição das nossas vidas, nĂŁo podemos errar”, alertou LeitĂŁo. “É a eleição que vai virar a página do obscurantismo, da violĂŞncia, da fome, da misĂ©ria. E que vai devolver o Brasil aos brasileiros e brasileiras”.

“É preciso ter lado, projeto, ideia”, defendeu a petista, reforçando a importância do movimento progressista em torno da prĂ©-candidatura de Lula. “SĂł a sua liderança, capacidade de aglutinar, de juntar, será capaz de tirar Bolsonaro da cadeira sobre a qual ele nunca deveria ter sentado. É disso que se trata”.
Tempo da carestia

Afinada com LeitĂŁo, Luciana Santos, prĂ©-candidata a vice-governadora, reiterou que o passa pelo seu pior momento histĂłrico. “O tempo da carestia, da inflação, voltou o Brasil Ă  vergonhosa situação do Mapa da Fome. Temos no poder um tirano, um homem que difunde o Ăłdio, a intolerância, que quer tocar o terror nessas eleições”, atacou.

Santos reforçou que a resposta será dada com uma frente ampla, com o povo na ruas, pela paz. “Sabemos muito bem o lado bom desse paĂ­s, da democracia, dos direitos do povo, do interesse nacional”.
TrajetĂłria

O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, deu as boas-vindas a Lula e Alckmin e lembrou das origens humildes do ex-presidente, que saiu da CaetĂ©s para construir uma trajetĂłria vitoriosa junto ao povo brasileiro. “Quem passou por essa vivĂŞncia, sabe cuidar das pessoas”, elogiou Albino.

O prefeito destacou a importância do desenvolvimento a partir de parcerias entre governo, estado e municípios e que, com a eleição de Lula e união nacional, será possível levar progresso para a região.

Da Redação

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