A aproximação entre Lula e Donald Trump está tendo um sabor indigesto para os membros do clã Bolsonaro, que se sentem traídos pelo presidente dos EUA.
Após ter sequer seu nome mencionado por Donald Trump na conversa com Lula, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (6), Jair Bolsonaro (PL) teve uma nova crise de soluços, tomou um remédio e "apagou".
A revelação foi feita pelo próprio filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) que não conseguiu falar com o pai ao retornar à Brasília nesta segunda-feira.
"Hoje segunda-feira, quase 4 da tarde já. Só para falar para vocês que já estamos aqui em Brasília. Aqui no fundo a casa do meu pai, né? Mais um dia de fortes articulações. Vim aqui para dar um abraço nele, atualizar, mas ele tomou um remédio por causa do da questão do soluço que dá uma apagada nele, eu não consegui falar com ele, mas depois eu volto aqui para dar um abraço e atualizar", contou Flávio Bolsonaro nas redes sociais.
No vídeo, o senador ainda fala que procurou o pai para atualizar "conversas que nós tivemos sobre a anistia, a estratégia que nós temos, as grandes expectativas de boas expectativas que a gente está com relação a isso".
"A gente tem que pautar isso o quanto antes para fazer justiça, não só com meu pai, mas com as pessoas que estão aqui no Brasil respondendo por crimes que não cometeram, as famílias que foram desestruturadas e tem alguns de seus membros fora do Brasil inclusive", emendou, em tom de desespero.
"Boa química"
Lula conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na manhã desta segunda-feira. A conversa, feita por meio de videoconferência, durou cerca de meia hora e foi o primeiro diálogo oficial entre os dois mandatários.
Lula fez a videoconferência do Palácio da Alvorada, em Brasília, enquanto Trump se conectou ao brasileiro desde a Casa Branca, em Washington.
Segundo nota oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, foi Trump quem telefonou para Lula e, na conversa, "relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU" e "reiteraram a impressão positiva daquele encontro".
Lula pediu a Trump que coloque fim ao tarifaço às exportações brasileiras e o presidente dos EUA, por sua vez, "designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad".
Ambos os chefes de Estado ainda trocaram telefones para, a partir de agora, tenham um canal direto de comunicação.
Em seu perfil na Social Truth, a rede social de sua propriedade, Trump foi bastante elogioso e positivo ao falar sobre o diálogo direto aberto com o mandatário brasileiro.
“Esta manhã, tive uma ótima conversa telefônica com o Presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa, nossos países se darão muito bem juntos!”, escreveu Trump.
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