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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Bolsonarista Gilvan da Federal terá mandato suspenso a pedido da Direção da Câmara


O deputado federal bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES), uma das figuras mais agressivas e bizarras do parlamento brasileiro, deve ter o mandato suspenso após um novo episódio de quebra de decoro no qual ofendeu a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann.
Num cenário totalmente incomum, o pedido para afastá-lo do mandato veio da própria Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, com a anuência e a concordância do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Nem mesmo aliados de seu partido e do Centrão, que habitualmente passam pano para arroubos de figuras da extrema direita, defenderam-no.
Extremista permanentemente grosseiro, sem modos e de comportamento agressivo o tempo todo, Gilvan, que é motivo de piadas no Congresso pelo ridículo hábito de andar com a bandeira nacional pendurada no ombro, desferiu ataques misóginos e ofensivos contra a ministra da SRI, gratuitamente, durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara, na terça-feira (29).
“Na Odebrecht tinha uma planilha de pagamento de propinas para políticos, eu citei aqui o nome de 'lindinho', de 'amante', que deveria ser uma prostituta do caramba e teve um deputado aqui que se revoltou, ou seja, a carapuça serviu”, disse Gilvan, num comentário totalmente desconexo em relação à matéria que era discutida na comissão. Seu rompante grotesco foi uma reação ao embate que teve minutos antes com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), companheiro de Gleisi, que o chamou de “desqualificado” depois de um novo show escatológico do bolsonarista.
Baixeza bolsonarista chegou ao limite e Câmara reagiu
Em toda a História do Brasil o Congresso Nacional jamais se deparou com um nível tão baixo de falas, comentários, gestos e ações como agora. O bolsonarismo, que ganhou musculatura nas duas últimas legislaturas, recebeu pela primeira vez uma reação direta da Mesa Diretora da Câmara.
Sim, a direção da Casa, num ato absolutamente raro e incomum, após ser notificada de ofício sobre o ocorrido pela Corregedoria da Câmara, apresentou um documento referente ao episódio, classificado como “um comportamento incompatível com a dignidade do mandato”, no qual exige a suspensão cautelar do mandato de Gilvan da Federal. A análise do caso deverá ser feita em três dias úteis pela Comissão de Ética da Câmara e, caso não ocorra no prazo, a suspensão irá diretamente para votação em plenário.
“As falas excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares, além de, repise-se, ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas”, diz o pedido de suspensão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

Um processo de cassação de Gilvan deve ser aberto na Comissão de Ética da Câmara agora. Se permanecer suspenso de forma preventiva e por prazo indeterminado, o bolsonarista pode ficar até seis meses fora do mandato e assistir à própria cassação num futuro próximo.

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