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Professora negra do Recôncavo Baiano vencedora de prêmio por antirracismo na prática



Muito se fala (com razão) a respeito da importância de ser antirracista, muito mais do que não ser racista. O grande desafio, contudo, é colocar em prática medidas de combate a um dos maiores problemas da vida brasileira.

Nelson Mandela já foi claro ao dizer que as pessoas se tornam racistas por causa da estrutura social solidificada por meio do pacto que mantém o negro em um espaço de subalternidade quem impede a mobilidade social desta parcela da população.

Pensar um sistema de educação verdadeiramente antirracista é essencial para garantir uma sociedade onde pessoas não sejam discriminadas e, consequentemente, tenham os direitos humanos cessados por causa da cor da pele.

‘Educação antirracista’

Um exemplo positivo de educação combativa chega da Bahia, Estado mais negro da nação, que larga na frente com o “Educação Antirracista”, vencedor do “Prêmio Espírito Público”, de 2022.

O projeto “Educação Antirracista” foi aplicado em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano localizada a cerca de 120 km de Salvador. Com apoio da Secretaria de Educação de Cachoeira, a iniciativa é encabeçada pela professora Sandra Liss, que conversou com o Hypeness sobre a iniciativa.

“O atravessamento de raça e gênero é fundamental no processo, principalmente quando a gente lida com liderança negras. Eu sou uma liderança negra, mas estou apontando para outros lugares, como a periferia da nossa cidade (Cachoeira), que também exerce um papel de liderança, sobretudo com a atuação de mulheres negras quilombolas”, ressalta Sandra Liss ao Hypeness.

O trabalho de Sandra dentro de sala de aula ganha ainda mais relevância pelo fato dela ser uma mulher negra não só ocupando um espaço importante de formação, mas utilizando seu protagonismo como ferramenta de transformação social.

“Eu sempre precisei conviver e suportar o racismo, mas só entendi sobre identidade muito recentemente. Compreendi que tudo na minha vida, desde questões afetivas, trabalho, política, deveriam passar pelo meu lugar de mulher negra”.

A prática cotidiana de Sandra Liss em sala de aula tem como objetivo aumentar a autoestima de alunos e alunas negras, além de garantir o protagonismo dos quilombolas, bastante presentes na cidade de Cachoeira. A ação reflete no aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Cachoeira.

“Eu sou uma mulher negra e sempre trago isso como um ponto de partida para pensar em tudo o que eu faço. Minhas relações são atravessadas a partir desse lugar”, ressalta.

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