Subiu para sete o nĂşmero de funcionários da empresa Natulab, com sede no municĂpio de Santo AntĂ´nio de Jesus (190 km de Salvador), que testaram positivo para a covid-19. A informação foi dada pelo dirigente sindical Alfredo Santos JĂşnior. Apesar disso, a Secretária Municipal de SaĂşde liberou a unidade para atuar normalmente, com convocação para que os funcionários nĂŁo testados realizem horas extras nos dias 25 e 26. A empresa anunciou que voltará Ă s atividades neste domingo (24), sem antes realizar as medidas urgentes de garantia da segurança e saĂşde dos funcionários exigidos pelo SindiquĂmica, como a testagem de todos os trabalhadores e apresentação de um Plano de Prevenção ao Covid-19.
Em entrevista, Santos JĂşnior diz que nessa segunda-feira, 25, representantes do SindiquĂmica, infectologistas da Universidade Federal da Bahia, representantes do Centro Estadual de ReferĂŞncia em SaĂşde do Trabalhador (Cesat) , da ComissĂŁo Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e da direção da empresa se encontrarĂŁo numa reuniĂŁo virtual, pela manhĂŁ, para buscar um consenso sobre as ações de contingenciamento da situação no municĂpio.
“A situação da cidade Ă© delicada, na medida, em que dos nove casos diagnosticados naquela localidade, sete estĂŁo na empresa, se caracterizando como um potencial espaço de transmissĂŁo”, completa Alfredo Santos JĂşnior.
Para ele, na medida em que a empresa explicitar o plano de contingenciamento, a tendĂŞncia Ă© que a população local fique mais calma e menos apreensiva com a situação de contaminação. “A Natulab Ă© uma empresa grande, espaços como os refeitĂłrios, por exemplo, precisam estar submetidos a escalonamento de uso e abastecidos de barreiras fĂsicas que impeçam a contaminação de quem está no local”, pontua.
A funcionária da Natulab e representante do SindiquĂmica na regiĂŁo, Cláudia Souza diz que alĂ©m do medo da contaminação pelo novo coronavĂrus, os colegas ainda precisam lidar com o preconceito e a discriminação dos prĂłprios familiares. “Os parentes dos funcionários da fábrica estĂŁo sendo afastados de outras frentes de trabalho e isolados como se fossem agentes transmissores”, conta, afirmando que a testagem minimizaria os danos causados a essas pessoas.
“O clima tá muito pesado para todo mundo, especialmente, para quem precisa assistir os familiares sendo mal tratados”, completa.
Cláudia diz que algumas medidas de proteção foram incrementadas na unidade, como o uso do álcool em gel e do distanciamento entre funcionários. “O uso de máscaras e luvas já era feito em virtude da natureza do trabalho”, explica.
Na Ăşltima quarta-feira, 20, a fábrica de medicamentos e suplementos alimentares foi fechada por autoridades municipais, depois que quatro funcionários testaram positivo para a covid-19. De acordo com a advogada Grace Matos, que reside em Salvador, mas desde o inĂcio da quarentena está com os familiares na cidade, o fechamento da fábrica ocorreu no meio da tarde e gerou muita tensĂŁo, pois a direção alegava que nĂŁo poderia parar os processos quĂmicos já iniciados sob risco de enorme prejuĂzo.
“Os funcionários foram mandados para casa e isolados. No dia seguinte, a vigilância sanitária higienizou as dependĂŞncias da fábrica e convocou funcionários de outras unidades para trabalhar”, conta.
Ela diz que, por falta de informação, muitas pessoas ficaram temerosas por seus empregos e pela possibilidade de contaminação. “Hoje, na cidade, a tensĂŁo está menor e os poderes pĂşblicos estĂŁo medindo temperatura e exigindo as medidas protetivas”, finaliza.
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